quarta-feira, 7 de julho de 2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sílvio Santos convida para a temporada no Ocidente!

Divulgação - Temporada no Bar Ocidente (Julho/2010)


Arte: Geraldo Oliveira - geraldobso@gmail.com

Release - Temporada no Bar Ocidente (Julho/2010)

Todo mundo “fora do ar” no Ocidente
Nova temporada do espetáculo Fora do Ar promete muito humor
nas quartas de julho no Bar Ocidente

Após curta temporada de casa cheia no 11º Porto Verão Alegre, o espetáculo Fora do Ar entra novamente em cartaz. Desta vez, a luta contra o mau humor acontece no Bar Ocidente, todas as quartas de julho, às 22 horas.
Fora do Ar é um diário de ator. Felipe Mônaco, Leonardo Barison, Lucas Sampaio e Patrícia Soso encenam situações engraçadas e absurdas vividas por um ator em busca da fama. No melhor estilo de comédia de absurdo, o espetáculo reflete e discute acerca das questões atuais sobre programas de TV e teledramaturgia, celebridades, mundo publicitário e comercialização da arte.
A peça utiliza linguagem e símbolos da televisão brasileira, aproximando o público ao tema e instigando a imaginação dos expectadores ao criar um espaço mágico onde os atores, sem qualquer utilização de cenário e figurinos, fazem aparecer e desaparecer todo um universo.


Ficha Técnica:
Direção e texto original: Felipe Mônaco
Adaptação e dramaturgia: Elenco
Criação e operação de luz: Carol Zimmer
Sonoplastia: Elenco
Elenco: Felipe Mônaco, Leonardo Barison, Lucas Sampaio e Patrícia Soso
Produção: Luísa Barros


Serviço:

FORA DO AR
- Data: todas as quartas de julho (07, 14, 21 e 28/07)
- Horário: 22 horas (a casa abre às 21h30min)
- Local: Bar Ocidente (Av. Osvaldo Aranha, 960 – esquina com a Rua General João Telles)
- Ingressos: R$ 15,00 (com uma cerveja!) no local


Blog:
http://www.teatroforadoar.blogspot.com/


Contato: Luísa Barros – 51 9364.4070 – teatroforadoar@gmail.com

Divulgação - Temporada no Teatro Bruno Kiefer (Março/2010)



Texto de Guilherme Nervo - Crítico teatral


Se não para deixar os aparelhos televisivos fora do ar, no mínimo a peça de Felipe Mônaco incentiva a deixar a televisão desligada, ou menos ligada. Quando digo televisão me refiro à TV aberta nacional. Não sou a favor da alienação, mas é inegável que as emissoras brasileiras estacionaram sua grade de programação, limitando-se à repetição exaustiva de temas, ao formato padrão e apelativo, tudo em nome da dependência mercadológica. Hoje em dia chega a estar cristalino o que se vende e o que não se vende; a denúncia e a crítica social não se enquadram na primeira opção.
O ritmo da peça "FORA DO AR" reflete o ritmo do objeto parodiado, a televisão. Não existe o aprofundamento das questões, é uma forma rasa e superficial de comunicação. Sentado no Teatro Bruno Kiefer, me sentia com a posse de um controle remoto que mudava os "canais" da peça constantemente.
Não há cenário, figurino
ou apetrechos. É o ator com seu trabalho e seus parceiros em cena. E que bom, porque em meio a tanta agilidade e paródia televisiva, ficaríamos tontos se o Grupo do Play tivesse optado por troca de figurino e etc. Nenhum dos quatro componentes parece carecer de qualquer bengala cênica. Não há protagonistas nem coadjuvantes, a estrutura narrativa se estabelece como um emaranhado de personagens que sintetizam a programação da televisão nacional.
De cara a peça já inicia com um programa de "assistencialismo" familiar e profissional, pretendendo resolver o conflito entre o filho (Cassiano Fraga, em processo de amadurecimento cênico) aspirante a ator de teatro, e os pais, preocupados com a consequência financeira da escolha. O pai (Felipe Mônaco, com notável carisma e desprendimento) alega que não se pode festejar e usar batom pro resto da vida. É aí que a mãe (Patrícia Soso, segura de seu talento cômico) se pergunta onde ficam os sonhos, se não deveríamos seguir o c
oração. Os telespectadores, ao ligarem e fazerem perguntas/opinarem, tomam parte do conflito alheio com determinação e entusiasmo. Por alguns minutos podem reger a vida do outro, sentem-se como deuses. O apresentador (Leonardo Barison, cuja atuação me surpreendeu: bastante convincente) aproveita qualquer deixa da família em questão para propagandear produtos comerciais.
A televisão é o império da imagem. Um ator com 20 anos de carreira
pode muito bem ganhar o mesmo, se não menos, que um modelo estreante. Pior do que os ganhos é a baixíssima repercussão do trabalho, quando este se repete em figurações ou participações pingadas, com duas ou três falas. É muito engraçado observar o estereótipo do diretor estressado, o ambiente caótico do Projac e os envolvidos sendo tratados não como profissionais, mas como produtos. Se ri da humilhação.
É fácil distinguir uma emissora da outra pela padronização instaurada. Aqui temos o auge cômico do espetáulo: o SBT e seus programas de auditório com apresentadores afetados, honrando o camelô dourado de Silvio Santos em uma atmosfera patética, isso sem falar dos dramalhões mexicanos; a Record apostando na exploração da violência das favelas e a Globo com suas novelas de alta qualidade técnica, mas atadas ao modelo de intrigas amorosas com divisão maniqueísta das personagens.

Frente a situação absurda que se encontram nossas redes de Televisão, "Fora do Ar" é um grito pela sagacidade do público de telespectadores.

Texto de Clenio Viegas - Crítico teatral

Se tem uma coisa que meio que me incomoda nos Porto Verões Alegres é que normalmente são as mesmas peças de teatro todo ano. Tudo bem, "Bailei na curva" dá pra ver, rever e se emocionar por anos e anos ainda, assim como as duas personagens de "Se meu ponto G falasse". Mas dentre as dezenas de atrações que voltam todo ano surge, discretamente, alguns projetos novos que merecem atenção. Um deles eu assisti hoje e recomendo, ainda que só mais uma apresentação esteja marcada, para amanhã, 27/01 na Sala Álvaro Moreyra: a comédia "Fora do ar", escrita e dirigida por Felipe Mônaco.
"Fora do ar" não tem uma trama propriamente dita, utilizando do artifício de pequenos sketchs para brincar com as inúmeras agruras da carreira difícil daqueles que optam em ser atores. Programas de auditório, novelas mexicanas, reality shows... nada escapa do olhar irônico mas carinhoso do texto de Felipe, que dá espaço de sobra para atuações impagáveis dos ótimos Leonardo Barison e Patrícia Soso (ambos do elenco de "Manual prático da mulher moderna").
Altamente recomendável para quem gosta de boas risadas, "Fora do ar" merece uma temporada maior no decorrer de 2010. O meu aval eu dou com louvor!

Fonte: http://lennysmind.blogspot.com/2010/01/fora-do-ar-11-porto-alegre-em-cena.html - 26/01/2010


Texto de Rodrigo Monteiro - Crítico teatral

A tarefa do "da poltrona"


"Fora do Ar"
é uma peça de teatro que não tem absolutamente nada que não seja teatralização do próprio corpo do ator. Os atores não têm a sua disposição nada mais para ser teatralizado, a não ser, claro, o corpo do outro ator. E são quatro: Felipe Mônaco, que estréia na tarefa de diretor; Cassiano Fraga, que estréia sua primeira peça adulta no circuito comercial da capital; Leonardo Barison,que repete (ainda bem!) a mesma técnica empregada em Bailei na Curva, Tá e aí?! e Manual Prático da Mulher Moderna; e Patrícia Soso, para quem, temos a impressão, a peça é feita, tamanha são as oportunidades que lhes são concedidas de mostrar o seu grande talento esse expresso no corpo, na voz e na energia. Soso é, sem dúvida, quem tem o melhor desempenho em cena, tanto na cena de “Fora do Ar”, como na cena do teatro de comédia de Porto Alegre.
Ainda e, acho que para sempre, com "Som & Fúria", na cabeça, a primeira impressão foi a de que “Fora do Ar” seria um espetáculo cheio de piadas internas relacionadas ao fazer teatral em que os atores, com certeza, adorariam, mas o grande público dormiria de desinteresse. Sim, Felipe Mônaco nos proporciona uma hora de risos sobre o ator, mas não sobre o fazer teatral. O ator não é visto do ponto de vista de sua profissão, mas a partir da relação que as pessoas têm com ele. O ator, afinal, é aquele que está, nas artes cênicas, entre nós e os sonhos. Dessa forma, não rimos dos atores, do teatro, das dificuldades, mas de nós mesmos e do jeito como olhamos para quem constrói o sonho. Na cena em que o filho anuncia publicamente que quer ser ator, o riso maior não vem dele, nem tanto dos pais. Vem do apresentador de TV, âncora do programa em que isso é transmitido. E mais: rimos de nós mesmos que assistimos a esse programa na célebre desculpa do zapping. “O que on a heck estamos nós fazendo aqui?”
O mesmo conceito de situação acontece em todas as outras cenas em que aquele que quer ser ator ou atriz é posto em uma realidade sempre assistida por quem, em sua casa na confortável poltrona, ri de si próprio. O prazer da comédia “Fora do Ar” vem do prazer de ver o outro se dar mal, outro esse que nos quer fazer bem. No caso, o outro é um ator, aquele que nos (e)leva a sonhar. Daí a não necessidade de cor, de objetos, de cenários e outros elementos que conferem ao ator um trabalho a mais antes de atingir o sonho. Antes de atuar, o ator teatraliza o palco, ressignifica a luz, dá sentido à música e ao movimento. Nessa comédia que estréia com um ótimo ritmo cênico rara e infelizmente visto, o ator trilha seu caminho sem outros recursos. Vai direto a, quem diria, ele mesmo.
O título “Fora do Ar” diz respeito a como encaramos aqueles que estão “no ar” e nossa relação com esse significado por nós mesmos construído. Ao entrar no quadrado desenhado no chão, que brilho é esse pelo qual se luta? Quem é que lhes confere esse brilho se não aquele que liga o botão on do televisor ou paga o ingresso do teatro?
É uma homenagem ao trabalho do ator em cuja assistência não se vê o tempo passar, diverte-se muito e, sobretudo, faz pensar sobre nossa relação com quem pode até admirar tudo o que foi dito nesse texto sobre aquele que nos leva a sonhar, mas, por fim, vê o teatro como um trabalho que, afinal de contas, não deixa de ter o mesmo número de dificuldades que todas as outras profissões. E nenhuma a mais.


Fonte: http://teatropoa.blogspot.com/2010/01/fora-do-ar.html - 27/01/2010

Divulgação - 11º Porto Verão Alegre (Janeiro/2010)